• Prefeitura do Rio ganha marca criada por Malta e Pedrosa

    Marcus Malta

    O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, está distribuindo hoje para os órgãos da administração municipal, já em sua primeira semana de trabalho, as normas de utilização da nova marca adotada por sua gestão e que foi oficializada essa quarta, 04 de janeiro, no Diário Oficial do Município.

    Criada pelo diretor de arte Marcus “Presidente” Malta em dupla com o redator Marcos Pedrosa, a nova marca tem grandes diferenças em relação à anterior, adotada na gestão de Eduardo Paes. Proporcionalmente ao brasão de armas da cidade, a palavra “Rio” se destaca, com a imagem agora alinhada na mesma altura do texto. E, o que foi provavelmente a alteração mais radical, o brasão foi bastante simplificado, com suas linhas mais modernas e arredondadas, além de passar do azul, adotado por Paes, para a cor verde. “A cor passa serenidade”, diz Marcus, negando a sugestão de que ela teria sido usada para acompanhar o visual da campanha do candidato, na qual tanto ele quanto Pedrosa trabalharam:

    – A campanha usou muito o amarelo, por exemplo, que nem aparece na nova marca da Prefeitura, defendeu o criativo.

    No que Pedrosa complementa, citando que azul e verde são duas cores totalmente simbólicas para o Rio de Janeiro, tanto pelo mar quanto pelas matas.

    Em conversa com a Janela, Malta explicou ainda que ele e Pedrosa quiseram manter todo o simbolismo do brasão de armas original, diferentemente do que aconteceu na gestão de César Maia, quando apenas os golfinhos, o escudo e a coroa de cinco torres foram mantidas e com o tom laranja (veja abaixo). Mas o criativo quis a história tradicional do brasão sendo preservada, “só que do jeito minimalista, bem clean”.

    – Pesquisei várias marcas de prefeituras e as mais simples são sempre as mais legais de contar, explicou.

    A fonte utilizada, Montserrat, foi escolhida pelo formato arredondado de sua tipologia. E Malta ainda radicalizou na palavra “Rio”, que teve a fonte modificada para ter bordas mais arredondadas ainda, que acompanhassem as curvas do novo brasão.

    Doação

    A criação de Malta e Pedrosa foi doada sem custos para Marcelo Crivella. Na verdade, o trabalho nem havia sido solicitado a ninguém. Provavelmente, porém, com saudades do tempo em que trabalharam juntos na campanha de Crivella, Pedrosa sugeriu a Malta o desafio de levar ao novo prefeito uma marca para a nova gestão e o diretor de arte topou. Eles trabalharam em várias propostas, que foram todas entregues a Crivella. O político levou dois ou três dias com o material até se decidir pela que mantinha os mesmos elementos da anterior — as palavras “Rio” e “Prefeitura”, mais o brazão de armas — com o grafismo simplificado.

    Brasões do Rio de Janeiro
    O Brasão de Armas da cidade do Rio de Janeiro, em diferentes interpretações desde a primeira versão, de 1565, até a mais recente, do designer Marcus Malta. Na linha de baixo, o brazão laranja foi usado por César Maia e o azul por Eduardo Paes.
    Os elementos históricos são a coroa mural de cinco torres, símbolo de cidade-capital. Ao centro, um escudo português que tem no interior uma esfera armilar manuelina, com três setas que representam as que supliciaram São Sebastião, padroeiro da cidade. E mais um barrete frígio, símbolo do regime republicano. Na base, dois botos-cinza, simbolizando ser o Rio uma cidade marítima. O da esquerda está sobre um ramo de louro, representando a vitória. E o da direita sobre um ramo de carvalho, representando a força.

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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